Tuesday, September 04, 2007

DIA 2 - 22.08.07

Na manhã do dia seguinte, terminamos os últimos compromissos profissionais e o Luís me deixou na balsa que atravessa o Rio Grande, ligando as cidades de Passos e São João Batista do Glória, onde pedi informações aos moradores locais sobre como chegar até a Cascadanta, a maior cachoeira do parque, com quedas que totalizam 300 metros de altura. Esse era o meu objetivo... Todos riram de mim, porque a distância era muito grande (60kms de terreno nada amigável) e já eram 2hs da tarde.

Enfim, resolvi seguir viagem até aonde as pernas e o sol permitiriam. Pedalei por 4 horas, subindo, subindo, subindo... e a mochila começou a ficar pesada e incômoda nas minhas costas. Depois de 40kms, parecia ter o triplo do peso.

Já era quase noite quando estava preste a subir a Serra Branca, quando encontrei alguém com bom senso. Era o Polaco, que estava passeando de bicicleta nas redondezas com as suas duas companheiras, a labrador Zara e a border collie Mel. Quando disse a ele que tinha intenção de subir a Serra Branca ainda naquela noite, também me chamou de louco e convenceu-me a parar aonde havia chegado. Aliás, voltamos 5kms para trás, até a Pousada Vale do Céu, onde o Polaco estava acampado. E as cachorras atrás.

O Polaco apresentou-me ao gerente da pousada, o Leandro, e ao seu ajudante, meu xará Fábio. Também disse-lhes que eu estava na roubada e louco (rs) por estar pedalando sozinho naquelas áreas quase inóspitas, e que pelo crédito à pousada, eu merecia um bom desconto. E o Leandro foi muito gente fina e cobrou-me metade do preço. Logo depois entendi porque achei o preço da diária da pousada tão salgado: o lugar é simplesmente inacreditável. E por isso decidi que não seguiria viagem e iria gastar parte do dia seguinte explorando as redondezas.

Feitas as apresentações, já era noite quando, enfim, fui tomar meu primeiro banho de cachoeira. Frio, muito frio, mas abençoado. Todo cansaço do dia foi-se embora.

Voltei para o meu chalé, arrumei minhas coisas para o dia seguinte e fui ao restaurante da pousada para comer três pratos da comida mineira mais deliciosa do mundo! (é, realmente eu estava com fome, rs). Depois disso, ficamos saboreando outra delícia local: a cachaça. E fui “dormir”.

No meio da noite o vento ficou forte e sacodia todas as janelas e a porta do chalé, fazendo uma sinfonia nada bem-vinda. Levantei-me da cama para ver o que estava acontecendo. Parecia uma tempestade, mas era só o vento forte, uma lua que mais parecia um holofote e milhares de estrelas. O único sinal de civilização era a pousada. Aproveitei para fazer um rápido passeio noturno.

De volta ao chalé, calcei a porta e as janelas com os objetos que tinha em mãos. Mas a natureza é mais forte, sempre. O vento empurrou a cadeira da porta, a escova de dentes, o shampoo e o pacotinho de Halls da janela, e a sinfonia maldita voltou com toda a força. Decidi ignorá-la e caí no sono de novo.

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